Quando a Rita Sá Marques me convidou para ser madrinha do Festival “OLHARES DO MEDITERRÂNEO, Cinema no Feminino”, aceitei de imediato. Depois de ter dado à luz em 2014, o Festival deste ano volta arevelar-nos imagens e sons de países que raramente ocupam os nossos écrans, imagens e sons realizados por mulheres, aventureiras que, teimosa, corajosa e tardiamente, conquistaram com os seus olhares e assinatura própria o plateau cinematográfico. Mediterrâneo e Cinema sugerem, de imediato, uma dimensão comum, preciosa – a LUZ. Ao Mediterrâneo, esse Mar tão tristemente na ordem do dia por infames e desumanas razões, devemos todos o ter iluminado desde há milénios as gentes das suas bordas, inspirando-as a criarem o que de melhor habita o conceito de civilização. Ao Cinema, arte maior com pouco mais de cem anos, devemos emoções tão fortes que ficam a viajar em nós, quantas vezes redentoras das sujas poeiras dos tempos, cintilantes como faróis, generosas e firmes como bóias de salvamento. Madrinha do Festival, comprometi-me logo a cuidar de e a amar estes OLHARES.
Maria João Seixas