PROGRAMAÇÃO

8ª EDIÇÃO – OM2021

FILMES
Secções
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Grelha e Filmes

PARA ALÉM DOS FILMES
MESAS REDONDAS |||||||
MASTERCLASS | VISUALIZE – WIN THE PRIZE |||||||
MASTERCLASS | CREATIVE STORYTELLING IN THE MODERN ERA |||||||
WORKSHOP | O CINEMA NA EDUCAÇÃO |||||||
WORKSHOP | OLHARES EM PEQUENINO |||||||

DE OLHOS
BEM ABERTOS

Quando começámos a preparar a chamada para filmes para a 8.ª edição dos Olhares do  Mediterrâneo – Women’s Film Festival, receávamos receber poucos filmes. A pandemia, as restrições de movimento, o distanciamento social, as escolas e os escritórios fechados, pensávamos nós, teriam limitado muito a produção de fi lmes em 2020 e 2021, sobretudo filmes independentes.

Estávamos, felizmente, enganados. Este ano, mais uma vez, foram ultrapassadas as 400 submissões. Foram 422 obras, entre curtas e longas-metragens, documentários, ficções, filmes de animação e experimentais, dos quais seleccionámos 44 filmes para as secções competitivas do Festival. Este é também o ano em que  enriquecemos a programação dos Olhares do Mediterrâneo com importantes colaborações com outros festivais. Co-programamos o filme de abertura, The Macaluso Sisters, com a Festa do Cinema Italiano e recebemos três curtas-metragens que foram premiadas na 4.ª edição do Beirut International Women Film Festival: The Present, A Day Off , Amygdala.

A missão dos Olhares do Mediterrâneo é promover a produção cinematográfica das mulheres que trabalham nos países à volta do Mediterrâneo. As mulheres entram no Festival como fazedoras de cinema (realizadoras, argumentistas, produtoras, montadoras, etc.), não necessariamente como protagonistas dos filmes, porque é grande a variedade de temas que as cineastas querem abordar. Porém, este ano, as mulheres são também protagonistas de muitas das histórias que recebemos e, portanto, vos apresentamos.

Histórias de resiliência, resistência e reivindicações. Histórias de mulheres que não querem ficar quietas e caladas no lugar que a sociedade ou a contingência lhes quiseram definir. Mulheres que olham para si e para o mundo, que interrogam e desafiam a realidade à sua volta, que criam laços, saltam fronteiras e transmitem heranças. Mulheres que se dão a ver e falam alto (e às vezes cantam). Mulheres cujo corpo às vezes se transforma em obras de arte que desafiam o patriarcado.

Não faltam, na programação, histórias mais íntimas, de relações e laços familiares emaranhados, às vezes melancólicos, de amores complicados, com desfechos sombrios ou divertidos. Mas nunca perdemos de vista a vastidão do mundo e das histórias que nele, e fora dele, cabem. Assim, este ano também apresentamos histórias migrantes, que saem de uma ponta do Mediterrâneo para chegar ao Atlântico, passando por Urano. Histórias de fronteiras, reais e simbólicas, de prisões com grades ou a céu aberto, histórias com finais felizes e dramas sem fim à vista. Contamos o mundo, observado pelas mulheres do Mediterrâneo, de olhos bem abertos.

João Miranda, João Robert, Margarida Silva Dias, Patricia Sá, Sara David Lopes,
Silvia Di Marco, Tijana Obradović
Programação