Quando olhamos para o cinema turco dos últimos 15 anos, vemos que ele é menos político, mais pessoal e estilístico, mas os filmes realizados por mulheres estão muito envolvidos nos problemas sociais e nas questões políticas que estão a viver. E elas estão a ficar mais fortes – Zeynep Tül Akbal Süalp
When we look at the Turkish cinema of the last 15 years, it is less political, more personal and stylistic, but women directors are much involved in social problems and the political issues that they are experiencing. And they are getting stronger – Zeynep Tül Akbal Süalp
||||||| SEG 13 NOV • 21H30 | CINEMATECA • SALA M FÉLIX RIBEIRO
Sessão com a presença da realizadora de DUST CLOTH
MRS NEBILE’S WORMHOLE NEBILE HANIM’IN SOLUCANDELIGI
Pinar Yorgancioglu
Turquia, Alemanha, Estados Unidos | Fiction | 2016 | 14’
Se as paredes falassem…! Entediada com a sua doméstica e isolada rotina no Sul da Alemanha, Nebile, uma dona de casa turca de meia-idade, passa os dias a tecer fantasias sobre a vida dos outros. Um dia, decide resolver o problema com as próprias mãos e cava um túnel secreto para a casa do vizinho.
If walls could talk… Bored with her domestic and isolated routine in Southern Germany, Nebile, a middle-aged Turkish housewife, spends her days fantasising about the lives of others. One day she decides to take the matter in her own hands, and digs a secret tunnel into the house next-door.
+ INFO
DUST CLOTH TOZ BEZI
Ahu Öztürk
Turquia, Alemanha | Fic | 2015 | 98’ COM A PRESENÇA DA REALIZADORA
Nesrin e Hatun são duas empregadas domésticas curdas que vivem em Istambul. Enquanto Nesrin tenta sobreviver com a filha pequena, procurando perceber o que levou o marido a abandoná-la, o sonho de Hatun é comprar uma casa no bairro onde fazem limpezas.
Nesrin and Hatun are two Kurdish cleaning ladies living in Istanbul. While Nesrin is trying to survive with her little daughter and understand why her husband left her, Hatun dreams of buying a house in the district where they work.
+ INFO
||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| |||||||
||||||| TER 14 NOV • 21H30 | CINEMATECA • SALA M FÉLIX RIBEIRO
WAVES DALGALAR
Belmin Soylemez
Turquia | Fic | 2001 | 17’
O que sentes quando vês o mar pela primeira vez? No Bósforo, em Istambul, jovens adolescentes saltam e empurram-se uns aos outros para o mar, independentemente das fortes correntes ou da poluição. Aprendem a nadar nas águas profundas, mergulhando no desconhecido e talvez na própria vida.
When you see the sea for the first time, what do you think? At the Bosphorus in Istanbul boys in their teens jump and push each other into the sea, regardless of the strong currents
or the pollution. They learn to swim in deep waters, diving into the unknown and perhaps into life itself.
+ INFO
MOTHERLAND ANA YURDU
Senem Tüzen
Turquia, Grécia | Fic | 2015 | 96’
Nesrin trocou Istambul pela casa da família numa aldeia rural da Turquia para terminar o seu primeiro romance, mas quando a sua mãe religiosa e conservadora chega sem avisar, conflitos antigos ressurgem – revelando os cismas que dividem a Turquia moderna e forçando-as a explorar as partes mais sombrias do mundo interior da outra.
Nesrin has left Istanbul for the family’s village house in rural Turkey to finish her first novel, but when her religious and conservative mother arrives unannounced, old conflicts resurface– revealing the schisms dividing modern Turkey and forcing them to explore the darker parts of the other’s inner world.
+ INFO
||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| |||||||
||||||| QUA 15 NOV • 19H | CINEMATECA • SALA M FÉLIX RIBEIRO
MY SISTER ABLAM
Burcu Aykar
Turquia | Fic | 2019 | 23’
Elif tem 10 anos e a irmã, Ayşe, tem 13. É um verão abafado na Istambul dos anos 1980. Elif brinca na rua, encontrando ainda baldios verdes entre os estaleiros de obras. Ayşe passa o Verão estendida no sofá. Por razões que Elif não entende, a irmã sente-se irritadíssima com ela. Ayşe parece inalcançável.
Elif is 10 years old and her sister Ayşe is 13. It’s a sultry summer in the 1980’s Istanbul. Elif plays on the street finding the remaining green areas left between construction sites. Ayşe spends the summer lying on the couch. Elif drives her sister mad, for reasons she can’t quite grasp. Ayşe seems unreachable.
+ INFO
THE PLAY OYUN
Pelin Esmer
Turquia | Doc | 2005 | 70’
Ummuye, Behiye, Ummu, Fatma K, Cennet, Saniye, Fatma F, Zeynep e Nesime são nove mulheres que vivem em Arslankoy, uma aldeia montanhosa no Sul da Turquia. Os seus dias são passados a trabalhar no campo, no estaleiro de obras e em casa. Para aliviar a dureza das suas vidas, estas mulheres reúnem-se por uma razão totalmente diferente: pretendem escrever e encenar uma peça baseada nas histórias das suas vidas.
Ummuye, Behiye, Ummu, Fatma K, Cennet, Saniye, Fatma F, Zeynep and Nesime are nine women living in Arslankoy, a mountain village in southern Turkey. They spend their days working hard in the fields, on the construction site and at home. To lighten the burden of life, these women come together for a completely different reason. They intend to write and perform a play based on their own life stories.
+ INFO
||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| |||||||
||||||| QUA 15 NOV • 21H30 | CINEMATECA • SALA M FÉLIX RIBEIRO
PANDORA’S BOX PANDORA’NIN KUTUSUKAT
Yeşim Ustaoğlu
Turquia, França, Alemanha, Bélgica | Fic | 2008 | 112’
Três irmãos já adultos, duas mulheres e um homem, vivem no centro da moderna Istambul. Os três têm vidas muito diferentes, muito centrados nas suas preocupações de classe média-alta. Um dia, um telefonema leva-os a encetar uma viagem, atravessando subúrbios e aldeias até chegar à sua terra, uma pequena vila nas montanhas do Mar Negro. Nusret, a sua mãe já idosa, desapareceu…
Two sisters and a brother live in the centre of today’s İstanbul. They are in their thirties and forties, and lead very different lives, self centred on their upper-middle class preoccupations. One day, a phone call brings them together on a voyage through Turkey’s suburbs and villages to the small town in the Black Sea mountains where they were born. Their aged mother, Nusret, has disappeared…
+ INFO
||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| ||||||| |||||||
||||||| QUI 16 NOV • 21H30 | CINEMATECA • SALA M FÉLIX RIBEIRO
WATCHTOWER GÖZETLEME KULESIEI
Pelin Esmer
Turquia, França, Alemanha | Fic | 2012 | 96’
Atormentado por um trágico incidente, Nihat isolou-se como guarda-florestal numa torre de observação. Numa estação rodoviária da zona, Seher conseguiu emprego como hospedeira. Quando os seus caminhos se cruzam e os seus passados são revelados, os dois constroem relutantemente uma parceria doméstica que lhes permite voltar a desenvolver a compaixão nas suas vidas e superar a sua dor pessoal.
Haunted by a tragic incident, Nihat has isolated himself as the fire warden of an observation tower. At a rural bus station in the region, Seher has taken a job as a hostess. After their paths cross and their pasts are exposed, the pair reluctantly develops an domestic partnership that allows them to rediscover compassion in their lives and work through their personal pain
+INFO
OLHARES DA TURQUIA SPECIAL PROGRAMME TURKEY
SECÇÃO PROGRAMADA POR
Antónia Pedroso de Lima, Patricia Sá, Sara David Lopes, Selda Taskin, Silvia Di Marco, Tijana Obradović
Em 2014, abrimos a primeira Mostra Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino com um filme turco: “Watchtower”, de Pelin Esmer. Em 2023, queremos celebrar a 10ª edição do Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival com uma secção especial sobre filmes realizados por mulheres cineastas da Turquia. Convidámos a montadora e programadora Selda Taşkın para se juntar à equipa como co-curadora e, com base nas suas sugestões, programámos uma selecção de filmes que trazem a Lisboa as visões do mundo e as histórias de mulheres realizadoras da Turquia. O resultado é esta secção especial que trará ao público português uma oportunidade única para ver estes filmes desafiantes.
A indústria cinematográfica turca tem uma longa e rica história, mas uma história dominada por homens. Só a partir dos anos 50 a situação se tem vindo a alterar lentamente e nos últimos 10 anos houve mais filmes realizados por mulheres do que nos primeiros 50 anos da sua presença na indústria. Não é fácil para as mulheres trabalharem e serem visíveis na indústria cinematográfica na Turquia, como em muitos outros lugares, mas é muito encorajador ver que as realizadoras contribuem para o desenvolvimento do novo cinema turco. O actual dinamismo e efervescência de cinema feito por mulheres na Turquia tornou difícil a selecção para programar as cinco sessões que terão lugar na Cinemateca Portuguesa. Foram tantos os filmes e as realizadoras que tivemos de deixar de fora da programação, mas tivemos de fazer escolhas. Seleccionámos 9 filmes que, nos seus diferentes géneros – ficção e documentário, curtas e longas-metragens –, representam a diversidade e a qualidade do cinema de mulheres realizadoras da Turquia. Iremos exibir filmes de realizadoras reconhecidas internacionalmente, como Pelin Esmer e Yeşim Ustaoğlu, mas também filmes de realizadoras brilhantes, mas cujo trabalho é menos conhecido: Ahu Öztürk, Belmin Soylemez, Burcu Aykar, Naz Çaybaşı, Nesra Gürbüz, Pinar Yorgancioglu e Senem Tüzen. A secção centra-se no papel do olhar feminino/queer por detrás da câmara e na sua representatividade no ecrã. Através do olhar destas realizadoras, assistiremos a filmes que abordam questões sociais importantes e contemporâneas: trabalhadoras domésticas curdas em Istambul, desafios entre a modernidade da vida nas grandes cidades e o conservadorismo da vida nas pequenas aldeias, conflitos geracionais entre tradição e modernidade, activismo das mulheres camponesas através do teatro, velhice, juventude, solidão, solidariedade, lutas e resistências. Agradecemos às corajosas mulheres que partilham os seus filmes connosco.
In 2014 we opened the first Mostra Olhares do Mediterranean – Cinema no Feminino with a Turkish film: Watchtower by Pelin Ezmir. In 2023 we want to celebrate the 10th edition of Olhares do Mediterrâneo –
Women’s Film Festival with a special section on films made by women filmmakers from Turkey. To co-curate this special section, we invited Selda Taşkın, a Turkish woman film editor. Based on her suggestions, we programmed a selection of films that brings to Lisbon the views of the world and stories of women filmmakers from Turkey, in a unique opportunity for the Portuguese audience to see these challenging films. The Turkish film industry has a long and rich history, but a male-dominated one. This situation started to slowly change around the 1950’s and during the last 10 years there were more films made by women than in the first 50 years of their presence in the industry. It is not easy for women to exist and be visible in the film industry in Turkey as in many other places, but it is highly encouraging to see that women directors contribute to the development of new Turkish cinema.
The current dynamism and effervescence of women-made cinema in Turkey has made it difficult to select the films for the 5 sessions at Cinemateca. There were so many films and directors that
we had to leave out of the program, but we had to make choices. We have programmed 9 films that, in their different genres – fiction and documentary, shorts, and feature films – represent
the diversity and quality of the cinema by women directors from Turkey. These are films from internationally recognized female directors, such as Pelin Esmer and Yeşim Ustaoğlu, but also from brilliant filmmakers who are not as well-known: Ahu Öztürk, Belmin Soylemez, Burcu Aykar, Naz Çaybaşı, Pinar Yorgancioglu, and Senem Tüzen. This Turkish special section focuses on the role of the woman/queer eye behind the camera and its representation on screen. Through their eyes we will watch films that address important and timely social issues, like Kurdish domestic workers in Istanbul, the challenges between the modernity of life in big cities and the conservatism of life in small villages,
the generational conflicts between tradition and modernity, the activism of peasant women through theatre, old age, youth, loneliness, solidarity, struggle, and resistance. We thank the brave women who share their movies with us.
Co-programado com Co-programmed with
||||||| BUY TICKETS